Como tracionar um canal de YouTube B2B
Passei o último ano tracionando dois canais de YouTube do zero - Ramp Up e Start Ups N' Downs (podcast) - e compartilho aqui os principais aprendizados.
Que o YouTube é um canal relevante, isso não há o que discutir - basta analisar o quanto você aumentou o consumo na plataforma nos últimos cinco anos. Assim, fica claro por que ele se tornou o principal streaming do mundo.
O que ainda tem espaço para discussão é se ele é um bom canal para o B2B. E é exatamente isso que vou aprofundar nesta edição da newsletter Ramp Up.
Mais do que um streaming para entretenimento à la Netflix, o YouTube se transformou em um grande resolvedor de problemas: preciso instalar um chuveiro em casa – procuro um vídeo no YouTube; quero aprender uma posição de jiu-jitsu – procuro no YouTube (…).
A preferência por consumir vídeos em vez de textos, somada ao acervo infinito de conteúdos disponíveis, tem tornado o YouTube um dos principais buscadores do mundo. E, se você trabalha com marketing ou vendas B2B, assim como eu, sabe que a principal estratégia das empresas nas últimas décadas foi baseada na busca - paga ou orgânica - no bom e velho Google.
Vivemos hoje uma transferência de audiência: pessoas que antes utilizavam o Google massivamente para solucionar dúvidas, resolver problemas e buscar produtos agora recorrem a outras plataformas, com o YouTube sendo uma das protagonistas – especialmente as novas gerações, que preferem conteúdos audiovisuais e mais pessoais.
O YouTube vai se tornar “o buscador” do B2B nos próximos anos? Não sei. O que sei é que, se isso acontecer, quero estar preparado. E mesmo que ele não se torne o principal, mas siga sendo relevante - o que já é uma realidade -, continuo querendo estar bem posicionado por lá.
Além desse racional de manter minha empresa competitiva nos principais canais de marketing atuais, quero compartilhar um pouco mais da minha motivação pessoal como empreendedor B2B.
Quem acompanha meus conteúdos sabe que costumo dividir como tem sido minha jornada como um “founder creator.” Entrei de cabeça nisso em 2024 e, entre as decisões que tomei, uma delas foi não colocar todos os ovos em uma só cesta.
O canal onde atuo diariamente e obtenho os melhores resultados é o LinkedIn. E, embora seja excelente para construir audiência no B2B, ele não é o canal que gera maior engajamento, já que a relação das pessoas com os conteúdos ali é muito transacional - um seguidor gasta, no máximo, dois minutos lendo um post.
Para aumentar o engajamento da minha audiência, preciso oferecer outros formatos, com conteúdos mais longos (10 minutos ou mais), para que os seguidores mais interessados possam consumir. Minha lógica tem sido usar o LinkedIn para construir minha audiência e transferi-la para conteúdos mais profundos, como esta newsletter, meu podcast e meu canal no YouTube.
Hoje eu atuo com dois canais:
Entrei nesse jogo sabendo que é uma aposta de longo prazo. Não espero resultados em menos de 12 meses e acredito que levará pelo menos 24 meses para alcançar alguma relevância.
Embora minha jornada ainda esteja no começo, já tenho alguns aprendizados que podem ser úteis para quem está iniciando agora.
1. Estrutura para gravação
Diferente do que muitos dizem, não basta ter um celular com câmera para já estar no YouTube. Vídeos com imagem e áudio amadores são automaticamente rejeitados pelos usuários, mesmo que o conteúdo seja excelente.
Por isso, investir em uma estrutura adequada é essencial. Um espaço com equipamentos profissionais, boa iluminação (iluminação ajuda MUITO), acústica razoável e um cenário com aspecto profissional faz toda a diferença.
Embora alugar um estúdio seja uma opção, o ideal é criar esse ambiente na sua casa ou escritório, já que a produção de vídeos no YouTube exige constância. E não se preocupe: você não precisa construir um estúdio de cinema do zero. Alguns investimentos pontuais já resolvem:
Câmera: pode ser uma câmera profissional ou até um celular de última geração.
Microfone: modelos adequados para captação de voz custam em torno de R$500 e fazem toda a diferença. Eu uso o Microfone dinâmico USB/XLR FIFINE.
Iluminação e decoração: no meu caso, adaptamos uma ala do escritório com alguns parleds e itens de decoração que deram um ar mais profissional.
Acústica: aqui, a acústica já ajuda bastante, mas eu costumo esperar o escritório estar vazio para garantir o melhor resultado.
Pequenos ajustes no ambiente podem transformar totalmente a experiência do espectador.
Esses equipamentos acima servem pra você transformar um local (ex.: escritório) em um estúdio improvisado, que é como eu faço no canal Ramp Up.
Já para um podcast - como é o caso do Start Ups N’ Downs -, eu recomendo alugar um estúdio profissional, dada a complexidade de captação de áudio e vídeo de múltiplas pessoas.
2. Conteúdos dos vídeos
Os assuntos que você aborda são a alma do seu canal. Não adianta falar de qualquer tema: é preciso ser estar alinhado com:
Algo que você domina.
Interessa ao seu perfil de cliente.
Está conectado ao seu negócio.
No YouTube, existem vários formatos que podem funcionar para empresas B2B:
Webinars gravados
Tutoriais
Podcasts em vídeo
Monólogos sobre temas específicos
Aprofundando nos meus cases, minha estratégia para cada canal é:
Ramp Up: vídeos com cerca de 15 minutos, onde eu destrincho um único assunto com profundidade, sempre ligado a estratégias de crescimento para empresas B2B.
Start Ups N’ Downs: videocasts com duração de 60 minutos, nos quais discutimos desafios da jornada empreendedora e trazemos outros founders para compartilhar experiências.
O ideal é testar o que funciona melhor para sua audiência, sempre alinhando formato e conteúdo.
3. Edição dos vídeos
Se a captação precisa ser profissional, a edição é o que garante que o resultado final esteja no nível esperado pela sua audiência. Publicar vídeos mal editados pode ser um tiro no pé.
A edição não é só cortar erros ou ajustar o áudio: ela também ajuda a criar um formato com o qual seu público se identifica. Por exemplo, se você reparar nos meus vídeos, eu mantenho a mesma posição de câmera, fundo, e até um padrão de roupa, para gerar familiaridade e consistência.
Outro ponto essencial é o dinamismo. Vídeos longos, como monólogos de 15 minutos, podem se tornar cansativos. Aqui estão algumas práticas que ajudam a deixar o conteúdo mais envolvente:
Efeitos de câmera: como zooms e enquadramentos variados para dar ritmo.
Elementos gráficos: legendas, letterings, overlays, e pequenos vídeos complementares que ajudam a ilustrar o que está sendo falado.
Vinhetas e call-to-actions: elementos curtos que ajudam a direcionar a audiência para outros conteúdos ou ações importantes.
A ideia é que o espectador se mantenha engajado do início ao fim, sem sentir que o vídeo está cansativo.
Uma outra coisa que ajuda e que vou considerar ainda na etapa de “edição” é a capa. Investir em uma boa capa faz toda a diferença para as pessoas decidirem se vão clicar / assistir ao seu vídeo.
Como fazemos a edição dos meus vídeos:
Canal Ramp Up: time interno da Ramper faz as edições dos vídeos, que têm uma complexidade razoável, pois aplicamos um certo dinamismo e algumas animações neles. As capas também são mais elaboradas, então contamos com um designer para isso.
Canal Start Ups N’ Downs: time interno da Ramper faz as edições dos vídeos, que têm uma complexidade baixa, que é apenas cortar erros e otimizar o conteúdo. As capas também têm uma complexidade baixa, pois seguem sempre um padrão.
Dá pra usar muitas ferramentas com relativo baixo custo, como CapCut, algumas IAs e alguns bancos de imagens.
4. Entendimento do funcionamento do algoritmo
Confesso que não sou nenhum especialista em algoritmos, mas é importante entender o básico para que seu canal tenha um bom desempenho. E se você não sabe por onde começar, há uma infinidade de vídeos no próprio YouTube explicando o funcionamento mais técnico.
O Youtube tem uma série de parâmetros na página do vídeo que vale a pena entender, pois ajuda no SEO do conteúdo (indexação e distribuição dele na plataforma). Alguns mais óbvios: título, descrição, duração etc.
Uma dica fundamental é testar: não existe uma regra fixa sobre o tempo ideal de duração do vídeo, ou o melhor dia e horário para publicar. O comportamento da sua audiência pode variar, e só os testes vão revelar o que funciona para ela.
Além disso, cuidado com as métricas que você escolhe perseguir. Se o seu canal é B2B e fala de um nicho específico, é provável que você não alcance milhões de visualizações – e tudo bem!
Para marcas B2B, o valor não está no número absoluto de views, mas na qualidade da audiência. Um vídeo assistido por 50 pessoas que estão dentro do seu ICP (Ideal Customer Profile) pode ser muito mais valioso do que um com milhares de visualizações de pessoas fora do seu mercado.
No final das contas, o foco deve ser em relevância, não em volume.
Quer ter uma experiência de como é o meu canal? Eu gravei este mesmo conteúdo, só que em vídeo, e publiquei no canal Ramp Up no Youtube.
🚀 Alguns Up’s pra você fixar
O YouTube está ganhando espaço no B2B: decisores já usam a plataforma para aprender e resolver problemas.
Uso o LinkedIn para atrair audiência e direcioná-la para o YouTube, onde aumento o engajamento com conteúdos mais profundos.
Estou atuando com dois canais, sendo um de vídeos e outro de podcast, ambos focados nos meus ICPs (empreendedores B2B / founders de startups).
Aprendizados até aqui: determinar o foco do canal e investir em qualidade de produção, edição e testes constantes é essencial.
O YouTube é sobre consistência, não volume. Estou apostando no canal para posicionamento e engajamento a longo prazo.
⚡ Conteúdos rápidos da semana
💥 Destaque da semana
Galera, o Ramp Up Tour está na pista e a primeira edição será dia 25 de fevereiro em São Paulo. Será um evento imersivo de um dia inteiro e uma ótima oportunidade para estarmos juntos, presencialmente, para trocar experiências.
As palestras serão ministradas pelos maiores especialistas do B2B: além de mim, teremos a Lucia (DNA de Vendas), Fabricio (Leadster), Kelmer (Bowe), Kesley (Ramper) e Sergio (Baseworks).
Leitores da newsletter têm desconto. Basta acessar o link da imagem abaixo e colocar o código RAMPER90 no checkout. Nos vemos lá!
🤘 Outros conteúdos pra você rampar
Cristiano Freitas (Cris) é o contador das startups e scale-ups - dentre elas, a Ramper! Como empreendedor, construiu uma contabilidade que, embora em um mercado saturado, encontrou seu nicho e se diferenciou dos outros 99% - tanto no posicionamento, quanto no tamanho que atingir.
Também conhecido como “The Rock das startups” (assiste ao vídeo e você vai entender o porquê), o Cris conseguiu expandir um negócio que não é escalável e nem de base tecnológica.
Conheça a história do Cris e da Syhus, qual a jornada de crescimento e quais DOWNS superados na jornada. Para ouvir este episódio, escolha entre Youtube ou no Spotify.
👋 Antes de ir…
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Ricardo Corrêa