Meu sistema de conteúdos (FLG 2.0)
Compartilho o meu método para planejar, produzir e organizar os conteúdos da minha estratégia de creator B2B. Bônus: como criar loops de reaproveitamento dos conteúdos para escalar.
Quando eu comecei minha estratégia de conteúdos, eu não tinha um método ou técnica. Eu coloquei um único objetivo: publicar no LinkedIn todos os dias e ir aprendendo no caminho. Depois, descobri que existem frameworks mais estruturados, como founder-led growth.
Atuar como um founder creator tem me ajudado em muitos aspectos:
Me mantém em constante contato com o mercado
Possibilita aprender o tempo todo
Abre as portas pra eu me conectar com gente bacana
Gera demanda e receita para a minha empresa
Contudo, como sempre reforço, produzir conteúdo está longe de ser meu único papel na Ramper. Para ficar com o bônus da estratégia (aumentar minha exposição e da marca) sem atrapalhar minha agenda de gestão que é inerente ao meu papel na empresa, eu preciso ser extremamente organizado.
Tal como fazer exercícios físicos, se você não reservar um tempo na agenda, não vai acontecer. Na verdade, a analogia da academia é ótima:
No início, não precisa de treino complexo ou dieta restrita. Se você treinar todo dia e cortar excessos nos primeiros 6 meses, já verá bons resultados - mas ainda estará longe do shape de bodybuilder. rs
Na medida que você vai atingindo platôs de resultados, vai precisando incrementar e refinar o seu plano - e foi isso o que eu fiz com meu sistema de conteúdos.
Na primeira fase, eu só publicava no LinkedIn. Aproveitei que já tinha muitos conteúdos de cursos e palestras e consegui solidificar esse hábito.
Logo em seguida, eu percebi que seria arriscado ficar apenas no LinkedIn - tanto pelas oscilações do algoritmo, quanto pelo fato de o engajamento ser muito superficial. Então comecei a produzir conteúdos profundos para Youtube e newsletter (a mesma pauta para os dois canais).
Fiquei um bom tempo nesse fluxo de publicar no LinkedIn todos os dias, e no Youtube/newsletter 1x por semana. Considero este o meu “sistema de conteúdos FLG 1.0”.
(FLG = founder-led growth)
Ele me ajudou a criar consistência e sair do “zero”. Na verdade, alcancei milhares de seguidores em todos os canais com esse sistema, até que meus assuntos foram esgotando e eu percebi que aproveitava muito poucos dos meus conteúdos entre os canais.
Para otimizar meu tempo e ter um maior aproveitamento de cada peça produzida, gastei um tempo desenvolvendo uma nova versão do meu sistema de conteúdos - a FLG 2.0 que vou compartilhar aqui.
1. Inputs
Quem vai entrar - ou já está - em uma jornada de produção de conteúdos precisa consumir muitos conteúdos de outras pessoas. Isso aduba a mente, mantém você atualizado no seu nicho e permite observar as técnicas de outros creators.
Eu tenho meus creators de referência no LinkedIn que intencionalemente leio tudo o que eles publicam. Também sigo algumas dezenas de newsletters e canais de Youtube que consumo semanalmente.
Naturalmente, eu não tenho tempo para consumir cada vídeo/newsletter, até porque muitos são longos e técnicos. Para processar esse volume, eu rodo cada conteúdo em alguma IA (normalmente Gemini ou NotebookLM) e peço:
Resumo do conteúdo / ideia central
Principais pontos em tópicos
Porque isso é importante agora
Os conteúdos que eu consumo podem ter dois objetivos, sendo 1. meramente informativo; e 2. me serviu de inspiração para alguma pauta que vou trabalhar.
Importante destacar aqui a diferença de se inspirar e copiar. Um pintor de quadros deve, na minha opinião, frequentar galerias e consumir as obras de outros artistas para manter seus sensores sempre ligados. Mas nunca copiar a obra de outro.
Consumir conteúdos de terceiros me gera uma fonte quase infinita de insumos. Mas essa não é a única fonte: estou sempre criando materiais para cursos e palestras, resolvendo problemas na empresa ou vivendo experiências com outros negócios que apoio. Tudo isso pode virar conteúdo - basta estar atento.
2. Workload de temas
A pedra no sapato da vida de quem produz conteúdos é ficar sem pautas. Gerar novos insumos, como listei no item acima, te ajuda a ter fontes e inspirações. Mas ainda assim, você precisa organizar os temas em uma linha editorial que faça sentido.
Eu tenho muitas ideias de conteúdos que quero tratar, mas que nem sempre fazem sentido naquele momento; assim como existem temas que não estou tão empolgado, mas sinto que preciso posicionar pra minha audiência, como foi o caso do hype da IA e a queda de entrega do LinkedIn.
Quando você produz conteúdos com propósito, você acaba se tornando um canal de informação e sua programação precisa ser relevante. Você vai precisar equilibrar conteúdos que você quer falar - por afinidade - e conteúdos que sua audiência tem interesse. O melhor dos mundos é encontrar o que está na intersecção.
Eu procuro trabalhar com um “tema central” por semana. Por temas centrais, dentro das minhas pautas, posso entender: estratégias de go-to-market, inteligência artificial, geração de demanda, vendas B2B etc.
Eu organizo a produção dos temas através das seguintes etapas:
Backlog: onde lanço as ideias de temas, sem compromisso de executá-las
Planejamento: temas que já me comprometi a produzir e entram na fila
Produção: o tema que estou produzindo (vídeo, artigo etc) naquela semana
Publicação: o tema (já produzido) que está indo ao ar nos canais
Amplificação: reverbero o tema em formatos como cortes, shorts, carrossel…
Cada etapa leva 1 semana e, naturalmente, estou trabalhando vários deles ao mesmo tempo - cada um na sua respectiva etapa.
Selecionar um tema central ajuda a tomar menos espaço cognitivo na cabeça tendo que pensar qual será a pauta do dia. Trabalhar com pautas planejadas para as semanas seguintes, então… aí é o estado da arte!
3. Conteúdos curtos
Eu sempre reforço que o LinkedIn é a ponta de lança da minha estratégia. Apesar dos “ups n’ downs” inerente da rede e seu algoritmo, trabalhando com técnica no LinkedIn, você consegue ter um alcance alto na rede e com relativamente pouco esforço.
Destrinchando mais a frase acima:
Pouco esforço: você consegue trabalhar bem o LinkedIn com publicações feitas 100% em texto. Pegue um pensamento que você tem, que sempre repete nas reuniões que participa - transforme-o em post e voilà
Alcance alto: mesmo as publicações mais fracas acabam alcaçando algumas milhares de pessoas quando você já tem consistência na rede. Quando você tem seu canhão apontado para um nicho e posta todos os dias, esse impacto pode ser bem significativo.
Para operar no LinkedIn, eu não tenho muito segredo. Trabalho com um calendário de postagens diárias. As vezes eu tenho a semana inteira já programada com ideias que fui tendo ao longo dos dias; as vezes tenho que tirar uma ideia do bolso na hora de publicar.
4. Conteúdos profundos
O LinkedIn é ótimo para construir audiência e obter atenção, mas não é o melhor canal para gerar engajamento profundo com a audiência. Por isso, é interessante gerar conteúdos mais profundos - vídeos de Youtube, newsletters etc - onde o engajamento é maior, assim como a construção de autoridade.
Eu produzo um conteúdo profundo por semana e, por otimização de tempo, o mesmo tema (vide item 2) que vai para o meu canal de Youtube vai também para a newsletter. Ou seja, eu trabalho o mesmo tema em todos os meus canais na mesma semana, naturalmente adaptando formato e linguagem.
A produção de vídeos para Youtube é mais complexa: requer equipamentos, infraestrutura, capacidade/time de edição etc. Hoje é o maior gargalo do meu processo, mas sigo investindo nessa frente, pois considero o canal de Youtube um ativo valiosíssimo de marca.
Já a newsletter é um fruto um pouco mais baixo. Eu posso, basicamente, pegar uma publicação que deu certo no LinkedIn e transformá-la em um artigo mais profundo que vai pra news.
Seguindo por essa linha, quando se trabalha com conteúdo curtos (item 3) e profundos (item 4), você pode criar um loop que te proporciona ganhos de produtividade:
Conteúdo profundo pode ser fatiado em várias pequenas publicações: corte do vídeo de Youtube pode virar publicação de LinkedIn; trecho da newsletter também pode ser adaptado para o LinkedIn. Ou seja, um único conteúdo profundo pode gerar uns 5 conteúdos curtos.
Conteúdo curtos pode virar um longo: como comentei, a partir do impacto de uma publicação de LinkedIn, você pode decidir aprofundar aquele tema, transformando-o em um artigo ou vídeo. Pra isso, é fundamental analisar a performance dos conteúdos (item 5).
5. Analytics
Produzir conteúdos dá trabalho e toma tempo precioso de gente importante - aqui na Ramper, toma tempo do CEO (yo!). Pra ter certeza que não estamos jogando recursos valiosos pelo ralo, bem como ir aprendendo e refinando a estratégia pelo caminho, é fundamental analisar.
Eu faço uma análise semanal de cada um dos meus canais - e esse é um trabalho que eu não delego, pois é 1 hora da semana que eu tiro para ter contato com os dados e olhar a estratégia de cima.
As análises são feitas em duas perspectivas:
Análise do canal: serve para LinkedIn, Youtube e newsletter - analiso o impacto que eu tive (visualizações, reações etc) na semana, bem como o crescimento no número de seguidores de cada canal. Busco encontrar correlações entre uma semana boa e uma ruim para gerar insights de quais temas e formatos de conteúdos funcionam melhor.
Análise dos conteúdos: analiso cada post de LinkedIn, vídeo de Youtube e edição de newsletter para identificar quais performam melhor com a minha audiência e, a partir daí, decidir se vale dobrar a aposta naquele tema ou deixá-lo em stand-by
Aterrissando o conteúdo desta edição da newsletter Ramp Up, eu não recomendo já começar com um sistema completo e tantas ações ao mesmo tempo. Até por isso, na edição anterior, eu falei dos estágios de uma estratégia de creator B2B.
Na medida que o volume cresce, os canais se multiplicam etc, é preciso organizar a produção e buscar formas de otimizar tempo - aproveitar mais o que já foi produzido - para escalar. Neste momento, um sistema como o que eu propus aqui tem muito valor.
Se você leu até aqui, recomendo fortemente ver o vídeo abaixo onde eu demonstro o sistema. Acredito que ficará muito mais claro se você absorver o conteúdo de forma visual e ver o sistema funcionando na prática:
🚀 Alguns Up’s pra você fixar
Comece simples: escolher um único canal, como o LinkedIn, e publicar com frequência já é um ótimo ponto de partida.
Para produzir, é preciso consumir. Tenha boas referências e use IA para resumir conteúdos e facilitar o processo (se inspire, não copie!).
Mantenha um board para organizar backlog e produção, garantindo fluxo contínuo e evitando a temida falta de pauta.
Conteúdos curtos ajudam em frequência e alcance; os longos, em autoridade e profundidade. Crie um loop entre os dois formatos.
Analise semanalmente canais e conteúdos para entender o que funciona, ajustar a estratégia e escalar com mais inteligência.
⚡ Conteúdos rápidos da semana
💥 Ramp Up Tour - próxima parada: São Paulo
No dia 19 de agosto, teremos mais uma edição do principal evento de marketing e vendas B2B do Brasil - e essa, você não pode perder!
O evento será em São Paulo e vai entregar um dia inteiro de palestras e mentorias que vão levar seu negócio para o próximo nível. É uma ótima oportunidade para estar comigo e outros grandes especialistas do B2B!
Se você é assinante da minha newsletter, tem condição especial no ingresso. No link abaixo, o desconto já está aplicado para compra direta, mas você pode me chamar se precisar de alguma ajuda.
🤘 Outros conteúdos pra você rampar
Uma das histórias de empreendedorismo mais bacanas que eu conheço - e uma das marcas de maior impacto no ecossistema brasileiro de startups. Neste episódio, exploramos os Ups N’ Downs do Guilherme Junqueira, que, entre outras jornadas, fundou e vendeu a Gama Academy.
A história do Junqueira passa pela fundação da ABStartups e outras iniciativas até chegar à Gama, que formou milhares de profissionais que hoje trabalham e empreendem no ecossistema brasileiro de tecnologia.
Tive o imenso prazer de participar da Gama desde sua origem, encabeçando praticamente todos os cursos e transformações ligados à área de vendas - tendo formado centenas, talvez milhares de alunos. Um dos projetos dos quais mais me orgulho de ter contribuído!
Prepare o lenço: a trajetória inclui dissolução de sociedade, rodadas de investimento, momentos em que quase quebrou, até a venda para o grupo Ânima, uma empresa de capital aberto. Parece ficção, mas é vida real. Ouça o episódio no YouTube ou no Spotify.
👋 Antes de ir…
O Ramp Up é um hub de conteúdos B2B. Conheça também o nosso canal de Youtube.
Conecte-se com o maior especialista em crescimento de empresas B2B do Brasil pelo LinkedIn e Instagram.
Conheça a Ramper, a mais completa e plataforma de crescimento para negócios B2B.
Curtiu o conteúdo? Compartilhe com outras pessoas que precisam dar um ramp up em seus negócios.
Garante que já se inscreveu na melhor newsletter para negócios B2B e boa rampar!
Forte abraço 🤘
Ricardo Corrêa
Fantástico texto e esclarecedor
niceeeeeee gostei! parabéns