O que está acontecendo com o LinkedIn?
Entenda o que está rolando no LinkedIn em termos de mudanças de comportamento e de algoritmo para você recalcular a rota da sua estratégia.
Cenário atual no LinkedIn (julho de 2025):
Conteúdos profundos, escritos por criadores e especialistas B2B com cada vez menos engajamento.
Conteúdos rasos, com promessas, polêmicas e controversas com cada vez mais engajamento.
Pelo menos, esse é o sentimento compartilhado por boa parte dos criadores que atuam na rede.
Como o LinkedIn é a plataforma onde eu dedico mais tempo - publico conteúdos na rede praticamente todos os dias, além de os produtos da minha empresa (Ramper), serem em grande parte baseados no LinkedIn - eu decidi investigar mais, tanto para orientar melhor meu trabalho, quanto para compartilhar com quem me acompanha.
Eu atuo na rede com alguma frequência desde 2017 e já vi muitos altos e baixos na entrega de conteúdo orgânico e muitas mudanças de algoritmo. Confesso que nunca fui um especialista técnico no funcionamento da rede e nem tenho essa pretensão.
Embora esteja na rede há tanto tempo, e o LinkedIn sempre tenha tido um papel estratégico pra mim, foi nos últimos 12 meses que passei a me dedicar mais intensamente à produção de conteúdo e à construção de audiência.
No ano passado (2024), cada cajadada era uma minhoca - qualquer post performava bem. Minhas publicações batiam, em média, 10.000 visualizações, sendo que algumas batiam mais de 10x isso!
Corta para 2025, a realidade ficou bem mais dura. A média de visualizações caiu para 30-50% do que era, e emplacar publicações que destoam dessa média está cada vez mais difícil.
Eu sempre reforço um ponto: definitivamente, não estou no jogo de lacrar em rede social. Nem eu e nem a minha empresa vivemos de likes. Mas é fato que quanto mais alcance meus conteúdos têm, maior a recompensa (resultados) para o meu esforço.
Nessa edição da newsletter Ramp Up, vamos entrar mais fundo no assunto para termos um melhor entendimento do que está rolando no LinkedIn. Vamos às conclusões da investigação que fiz nos últimos dias:
Análise de sentimento do próprio público do LinkedIn
Na semana passada, fiz uma publicação explorando mais o assunto. Falei sobre a percepção de queda de engajamento para conteúdos sérios, acompanhado pelo aumento no volume de conteúdos produzidos por IA e posts em formato de infoprodutor chulo (lead magnet com promessas mirabolantes).
O objetivo era entender se outras pessoas estavam com a mesma percepção e, como a publicação teve um pouco mais de 100 comentários, usei o ChaGPT para me ajudar a fazer uma análise de sentimento deles. O resultado foi o seguinte:
27 comentários: “Parabéns pela coragem de falar isso.” / “Você falou o que eu penso.”
23 comentários: “Tenho sentido esse desânimo em mim também.” / “Desestimula a constância.”
18 comentários: “O algoritmo premia quem lacra, não quem ensina.” / “LinkedIn virou TikTok.”
14 comentários: “Manter a essência é o que importa.” / “Prefiro impacto real do que curtidas.”
10 comentários: “Não adianta chorar, o jogo é esse.” / “Cabe a nós jogar com inteligência.”
6 comentários: “Acontecendo muito isso.” / “Notei essa mudança também.”
4 comentários: “Tem muita coisa ruim, mas ainda vejo valor.” / “Dá pra crescer com consistência.”
De forma geral, a percepção foi validada e cada pessoa reage de uma maneira.
Minha postura neste caso é entender como o jogo funciona para decidir se quero jogar ou não - ao invés de ficar reclamando das regras.
Fato é que tivemos uma infusão enorme de novos produtores de conteúdos na rede nesses últimos meses - sem falar nos conteúdos feitos por IA. São muito mais postagens disputando a mesma atenção no feed, o que acaba por derrubar o engajamento individual de todo mundo.
Acredito que esse aumento na dificuldade vai diferenciar quem são os verdadeiros e afastar os aventureiros:
Quem achou que bastaria publicar uma coisa ou outra na rede que ia jorrar leads vai se desestimular e pular fora. Quem tem uma estratégia sólida entende o que mudou, recalcula a rota, e segue o jogo.
Para recalcular a rota e ajustar a estratégia, é preciso ir além da percepção coletiva e entender melhor o que está acontecendo tecnicamente.
Mudanças no algoritmo do LinkedIn
Como eu comentei, não sou um especialista técnico da plataforma e nunca gastei muito tempo tentando entender o algoritmo. Todo o meu conhecimento é empírico, de quem atua na rede para fazer negócios.
É preciso também entender que os algoritmos das plataformas costumam ser uma caixa preta, e isso não é uma exclusividade do LinkedIn. Nem toda mudança feita se torna pública, por isso existe muita suposição nesse meio.
Contudo, para a finalidade deste conteúdo, investiguei um pouco mais para entender o que está acontecendo e validar se a queda na entrega orgânica tem relação com mudanças técnicas na plataformas ou não.
Vou trazer o que encontrei de mudanças feitas nos últimos dois anos de forma bem condensada:
2023
Redução de entrega de conteúdos rasos e caça cliques (do tipo “curte se você concorda”) e mais foco em conteúdos educacionais e de nicho, com aprendizados práticos.
Priorização de engajamento de qualidade para distribuir os conteúdos - tempo de leitura, comentários longos e compartilhamentos, em vez de apenas curtidas rápidas.
2024
A distribuição de conteúdo passou a considerar dois fatores combinados: interesse do público (histórico de interações com temas semelhantes); credibilidade percebida do autor (engajamento médio, tempo de leitura, tipo de conexões)
Estímulo para interações dentro da rede: comentários de qualidade nas publicações de terceiros; conversas legítimas via DM (e não somente envio de mensagens frias). Importante também entender que o LinkedIn é uma rede social que estimula networking, e não um mural de publicações.
2025
A mudança mais recente é explicada neste release, publicado há cerca de 10 dias. Basicamente, o LinkedIn passa a equilibrar “relevância” e “recência”. Por essa razão, passamos a ver mais posts de dias ou até semanas atrás, ao mesmo tempo que reduziu o efeito de receber interações logo após ter feito a publicação.
A princípio, todas as mudanças acima beneficiam criadores de conteúdos sérios e afastam quem está apenas especulando na rede.
Por outro lado, não podemos desconsiderar a escalada de pessoas publicando na rede nesses últimos meses, o que congestiona bastante o feed.
Com isso, o LinkedIn segue o caminho natural de todas as plataformas: pay to play. Criadores percebem a queda no seu engajamento por conta do aumento na disputa e passam a precisar impulsionar (pagar) seus conteúdos para equalizar a entrega.
Perceba que houve um aumento na quantidade de “conteúdos promovidos” que aparecem no feed. Isso acontece, pois o LinkedIn tem incentivado bastante o formato Thought Leadership Ads.
Alguns dados recentes do LinkedIn (by M15)
Essa semana, a galera da M15 (newsletter de marketing da DROPS) soltou um especial sobre o LinkedIn. Deixo aqui o link para o artigo/newsletter e também do carrossel que eles publicaram.
Vou comentar os dados que mais chamaram minha atenção:
Compradores “ocultos” podem decidir até 40% dos negócios B2B
Boa parte de quem toma decisão não deixa likes e nem comentários nas publicações, mas consome conteúdos sérios na rede. E mais: influenciam suas decisões com base nesses conteúdos.
95% aceitaria um contato de vendas, se viesse de um creator que admira.
Tenho repetido com frequência: quer aumentar os resultados das suas prospecções? Invista em construir autoridade com conteúdo. A propensão de alguém te responder é MUITO MAIOR quando já te conhecem.
55% usam conteúdo de LinkedIn para validar fornecedores
Estou sempre falando nos meus materiais que que o canal de intenção dos decisores B2B está mudando do Google para o LinkedIn e a estratégia está mudando de “gerar tráfego” para “construir audiência”.
79% já defenderam fornecedores menos conhecidos em RFPs porque o conteúdo era realmente bom.
Se você é uma PME B2B e vive na guerra “Davi vs Golias” - cenário de 90% -, sua melhor chance de se posicionar contra marcas consolidadas e construir reputação na mente dos decisores/influenciadores B2B é através de conteúdos.
Pra fechar esta edição, quero deixar minha mensagem principal que decupa praticamente todos os aprendizados contidos neste conteúdo:
Se você empreende no B2B como eu - ou lidera uma área de negócios - não deve colocar tanta energia nas mudanças do algoritmo, tampouco achar que o LinkedIn está de implicação com você. Definitivamente, seu objetivo não é atingir centenas ou milhares de likes.
Pense que se cada conteúdo que você publica impacta algumas centenas de pessoas com potencial de fazer negócios com você, seu objetivo está mais o que atingido. É isso o que realmente importa.
Com a infusão de conteúdos na rede, aumenta ainda mais a necessidade de especializar os conteúdos e focar em nicho. Fuja do genérico. Fuja do jogo do engajamento. Foque no seu!
Se quiser ouvir eu falando mais sobre o tema, com exemplos práticos e complementares, é só clicar no vídeo abaixo
🚀 Alguns Up’s pra você fixar
Percepção que conteúdos mais profundos têm perdido alcance, enquanto posts rasos, polêmicos e com promessas ganham mais engajamento.
A análise de sentimento de mais de 100 comentários indicou que muitos criadores estão desanimados e sentem queda na entrega orgânica.
O algoritmo do LinkedIn passou a priorizar relevância, qualidade das interações e credibilidade do autor ao distribuir conteúdos.
O aumento de postagens, inclusive por IA, elevou a concorrência no feed e exige estratégias mais segmentadas e consistentes.
O LinkedIn continua relevante no B2B, influenciando decisões mesmo sem curtidas ou comentários dos compradores.
⚡ Conteúdos rápidos da semana
💥 Ramp Up Tour - próxima parada: São Paulo
A próxima edição, na verdade, é amanhã no Rio de Janeiro. Mas já não dá mais tempo de comprar… Mas, no dia 19 de agosto, teremos mais uma edição do principal evento de marketing e vendas B2B do Brasil.
A edição será em São Paulo e entrega um dia inteiro comigo e outros especialistas do B2B para aprofundar em conteúdos e mentorias que podem levar seu negócio para o próximo nível.
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🤘 Outros conteúdos pra você rampar
No mercado de startups, temos aquela narrativa de “winner takes all” e um caso comum que ilustra no Brasil isso é o do iFood. Ninguém é maluco de concorrer com eles…
Ou pelo menos, ninguém tenta bater de frente, porque existe uma empresa que está “comendo pelas beiradas” desse mercado e crescendo muito: a Goomer, que fornece cardápio digital para restaurantes venderem, tanto pelo WhatsApp, quanto no ponto físico.
Exemplo de resiliência, Felipe - fundador da Goomer - viu sua receita praticamente zerar no período da pandemia e aproveitou para reposicionar o negócio dentro de um mercado muito mais promissor.
Neste episódio do Start Ups N’ Downs, ele fala sobre o custo de educar um mercado, o erro clássico de escalar antes da hora e o impacto de contratar líderes experientes sem considerar a compatibilidade com a cultura da empresa. Para ouvi-lo, acesse no Youtube ou no Spotify.
👋 Antes de ir…
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Forte abraço 🤘
Ricardo Corrêa
Obrigado pelas reflexões! Eu sou novo na criação de conteúdo do LinkedIn. Postei 2 artigos (bem nichados) e uma postagem mais pessoal e tive bastante mais engajamento na última. Certamente há outros fatores na análise, mas me senti representado nas ruas análises.
Valeu pelo incentivo em continuar o conteúdo nichado e verdadeiro!